As tentações perturbam as almas piedosas e arrastam ao precipício as almas dissipadas. Para prevenir o mal que delas pode resultar, é a propósito vos fazer saber as razões de não as temer demasiado, os princípios sobre os quais podeis decidir-vos em muitas ocasiões, a maneira de vos comportardes no tempo em que elas vos atacam, e de vos premunirdes contra seus efeitos; e mostrar-vos as vantagens que delas podeis tirar.
As tentações são ideias, sentimentos, inclinações, pendores que nos induzem a violar a Lei de Deus, para nos satisfazermos. Essas tentações não devem nem perturbar nem desanimar uma alma cristã.
O tempo que empregamos em combater as tentações não é, pois, um tempo perdido para a alma fiel, não somente porque prestamos a Deus a honra e a homenagem que Ele exige, e pela maneira como a exige, como ainda porque nesses combates adquirimos méritos que se multiplicam a cada instante. As perseguições, multiplicando os sofrimentos dos mártires, aumentavam-lhes a coroa: as tentações são uma perseguição que tem o mesmo efeito quando somos fiéis.