A maioria das teorias da comunicação já caiu na obsolescência e no ostracismo. Algumas poucas ainda guardam certa atualidade. Mas o momento comunicacional não para, está sempre se alterando, exigindo novos posicionamentos, novos equacionamentos teóricos, novas visões. É disso que trata este livro. Ele pensa e propõe uma nova forma de se estudar e pesquisar a comunicação. Ele considera que investigar a comunicação não é focar no chamado “emissor”. Afinal, isso é objeto de sociólogos, teóricos da política ou da economia. Tampouco é voltar-se à mensagem ou ao signo, interpretando-o, analisando-o, decifrando-o. A validade desse procedimento é hoje seriamente questionada. Há todo um campo a ser explorado, que é o do fenômeno ou acontecimento comunicacional enquanto tal. Saber como um filme nos impacta, uma performance, uma peça teatral, uma reportagem jornalística, a leitura de um livro, a participação num debate, num diálogo. Esse talvez seja o genuíno estudo da comunicação. Aquilo que assinala sua maioridade para apresentar-se como ciência autônoma.