O Ritual de Exorcismo e outras súplicas que está sendo apresentado é fruto de quinze anos de estudos e trabalhos. Na esteira de toda a reforma preconizada pelo Concílio Vaticano II, apresenta o exorcismo como celebração litúrgica, com participação ativa e consciente dos fiéis. Pede que seja celebrado de tal forma que "manifeste a fé da Igreja e ninguém possa considerá-lo uma ação mágica ou supersticiosa". Atento aos avanços da teologia que coloca as verdades dentro de uma hierarquia, o ritual põe em primeiro plano a ação do Espírito Santo e celebra a vitória de Cristo sobre as potências do mal. Alertado pelas conquistas da ciência, pede circunspecção por parte de quem vai exercer o ministério de exorcista, orienta para não transformar a celebração em espetáculo, proíbe a divulgação através dos meios de comunicação e exorta a consultar "peritos em ciência médica e psiquiátrica, que tenham senso das coisas espirituais". Do uso criterioso deste Ritual espera-se, portanto, a superação de duas tendências opostas, ambas errôneas e muito frequêntes entre nossos fiéis. A primeira consiste num certo satanismo que vê presença do maligno em toda parte, submetendo as pessoas à psicose do medo irracional do demônio. A segunda tende a considerar o Diabo como personificação simbólica do mal e não como indivíduo, agente pessoal e responsável por grande parte deste mesmo mal.