A obra integra a coleção "Sacramentos e Sacramentais" que apresenta uma visão atualizada, a partir do Concílio Vaticano II, dos elos de comunicação entre Deus e o ser humano que se concretizam nos símbolos e sacramentos da Igreja. Trata-se de um belo manual, completo e atualizado. Não apenas inicia o leitor na problemática do sacramento da penitência, juntamente com o outro sacramento de cura, a unção dos enfermos, mas os situa no contexto em que vivemos, na Igreja e na sociedade. Na Igreja passamos por uma profunda renovação na compreensão dos sacramentos em geral. Na sociedade e na cultura, enfrentamos grande dificuldade na percepção da verdadeira natureza da sacramentalidade cristã. Não se dispensa a consistência antropológica do agir humano como tal (a conversão), mas requer que se leve em conta a objetividade da ação salvadora de Deus (o perdão sacramental), que corre o risco de desvincular-se da experiência, situando-se numa pretendida esfera do sagrado em si mesmo. Nessa encruzilhada, o caso eminente é o sacramento da penitência. A obra examina os fundamentos antropológicos da conversão, tal como se manifesta nas Escrituras, em particular cristãs, e na primeira tradição da Igreja. Considera a teologia do poder de perdoar os pecados nos seus primórdios, para detectar o essencial, sob as mais variadas formas que a celebração do sacramento conheceu nos primeiros séculos cristãos. Só então, a título de síntese, o autor aborda a questão da teologia da sacramentalidade da penitência na sua evolução a partir da Idade Média até os nossos dias. Trata então, a partir do Vaticano II, da reforma atual do sacramento da penitência, que está por trás do novo ritual, prescrevendo uma celebração em que se conjugam os aspectos comunitários e pessoais.