É possível que um milagre faça mal? Quando ouvimos a palavra “milagre”, logo pensamos em algo bom — uma cura, um alívio, uma esperança. O próprio Jesus, nos Evangelhos, era visto pelas multidões como um grande curador, a esperança para os doentes e aflitos. Mas e quando o milagre é fonte de dor e conflito espiritual? É justamente isso que acontece com os estigmas: marcas — visíveis ou invisíveis, dolorosas ou não — que surgem em locais correspondentes às chagas de Jesus durante sua paixão e morte na cruz: principalmente mãos, pés e lado. Apesar do aspecto desagradável, os estigmas também representam um vínculo poderoso com o próprio Jesus, em uma partilha de suas dores e sofrimentos redentores. Desde a Idade Média, os estigmas fascinam e inspiram. São manifestações que ultrapassam o físico e tocam o espiritual, tornando-se símbolos de fé e devoção. Figuras como Santa Rita de Cássia, Santa Gemma Galgani e Teresa Neumann são só alguns exemplos de pessoas — santas ou não — que viveram essa íntima conexão com o sagrado. Neste livro, você vai conhecer três dos casos mais emblemáticos: São Francisco de Assis, São Pio de Pietrelcina e Natuzza Evolo — vidas marcadas, literalmente, pelo mistério do sofrimento e da fé.