Livro autobiográfico escrito por um rapaz autista, com profundas dificuldades de comunicação. Federico descobriu que conseguiria expressar-se através do computador aos 8 anos de idade; aos 20 anos, não só concluiu o Liceu Científico (equivalente ao Ensino Médio brasileiro), como tem amigos e frequenta a paróquia de seu bairro. O autismo foi diagnosticado bem cedo e sua família o acompanhou de perto desde o começo, com o apoio de terapeutas, educadores preparados e muito amor - o que, segundo ele sempre foi o mais importante para o seu desenvolvimento. Seu objetivo, ao publicar o livro, é ajudar as pessoas autistas que sofrem por não conseguirem ser compreendidas e construir uma ponte entre elas e a "sociedade neurotípica" (como nomeia os "não autistas""), demonstrando que estarem "presas" dentro do autismo não as torna loucas, burras ou perdidas num outro mundo. Ao contrário, têm medos, esperanças e muitas frustrações por não conseguirem fazer tudo o que os outros fazem. A prime ira parte do livro apresenta o seu relato, desde as primeiras memórias de infância até os dias de hoje, os percalços e os momentos de superação, bem como as pessoas que se tornaram importantes ao longo de sua vida. A seguir, seu pai conta como foi a passagem da ausência total de comunicação até a descoberta de que o computador poderia ajudá-los, o que constituiu uma verdadeira libertação, a abertura de um canal entre Federico, sua família, a escola e o mundo.