Ao contrário do que o sentido comum e a maioria dos estudos fazem ao descrever e analisar as funções dos algoritmos e seus supostos (nunca
demonstrados) poderes políticos de influência, a pesquisa de Borges Junior, relatada neste texto, define os algoritmos como um “modo de existência”,
uma condição do nosso agir, do nosso habitar e de nossa vida contemporânea. Os algoritmos aqui não são descritos como um instrumento político, nem
como uma mídia, mas como uma forma do habitar, algo que altera nossa maneira de ver, de sentir, e que forma nosso agir e nosso hábitat. Ao relacionar
a versão algorítmica da imagem com uma alteração do estatuto do ver, o autor está qualificando a forma conectiva e habitativa dessa mudança. Ao não se
referir apenas ao nível de alteração perceptiva e sensorial, ele passa a identificar a dimensão algorítmica com o advento de uma nova maneira de
acesso ao mundo e à complexidade.