Paulo acha-se hoje acorrentado, escravo da Morte. É essa a premissa deste livro. Como pôde um homem tão ardentemente fiel, fariseu devotado à “justiça
de Deus”, apóstolo de Jesus Cristo e pregador do triunfo de Deus sobre os poderes deste mundo, chegar a ser forçado a entrar em “serviço estranho” (a
frase que seus contemporâneos usavam para a idolatria)? Por que Paulo é tão facilmente adaptável às dinâmicas da opressão e da morte?
Este é um livro sobre as convenções e suposições que ainda continuam influenciando a leitura de Paulo por parte dos cristãos, sobre os hábitos
interpretativos que entregam efetivamente as cartas de Paulo ao arsenal ideológico do opressor. É tempo (para usar outra metáfora paulina) de arrancar
aos Poderes essas armas e fazer com que se voltem ao serviço da justiça de Deus (Rm 6,13)