"A relação entre fé e política é um dos grandes temas que estão sempre no centro das atenções de Joseph Ratzinger / Bento XVI, atravessando todo o seu caminho intelectual e humano: a experiência direta do totalitarismo nazista o leva, desde jovem estudioso, a refletir sobre os limites da obediência ao Estado em prol da liberdade da obediência a Deus: “O Estado” – escreve, nesse sentido, num dos textos aqui propostos – “não é a totalidade da existência humana e não abarca toda a esperança humana. O homem e a sua esperança vão além da realidade do Estado e além da esfera da ação política. Isso vale não apenas para um Estado como a ‘Babilônia’, mas para qualquer gênero de Estado. O Estado não é a totalidade. Isso alivia os políticos e lhes abre a estrada a uma política racional. O Estado romano era falso e anticristão justamente porque queria ser o totum das possibilidades e esperanças humanas. Desse modo, ele pretende aquilo que não pode; com isso, deturpa e reduz o homem. Através da mentira totalitária, torna-se demoníaco e tirânico." (Papa Francisco)