A obra conta a história de Catarina Labouré - a religiosa da congregação das Filhas da Caridade, que foi agraciada com a visão de Nossa Senhora das Graças, servindo de portadora de sua mensagem e de sua "medalha milagrosa". De origem camponesa, perdeu sua mãe ainda quando era criança. Ajudou a cuidar da casa e dos irmãos mas, quando decidiu tornar-se religiosa, encontrou resistência por parte de seu pai, que dizia já ter "perdido uma das filhas" dessa forma. Eram anos difíceis, logo após a Revolução Francesa, em que a Igreja e a religião Católica estavam enfraquecidas. Mas nada conseguiu demovê-la da decisão, ainda mais depois do sonho com São Vicente de Paulo, embora na época ela não soubesse de quem se tratasse. Ainda noviça, teve visões com São Vicente de Paulo, com Nosso Senhor na Eucaristia e, em 18 de julho de 1830, a primeira visão de Nossa Senhora, que lhe dizia que muitas graças seriam derramadas sobre as pessoas que as pedissem com confiança. Outras duas visões se seguiram, nas quais a Santa Virgem a mandava cunhar uma medalha, que depois seria chamada de "milagrosa", por conta das inúmeras graças concedidas àqueles que acreditaram e passaram a levá-la consigo. Catarina passou a vida no anonimato, sem chamar atenção sobre si nem assumir ser a vidente, confiando-se apenas a seu confessor, ainda que nem sempre ele aceitasse suas intuições como verdadeiras. Dedicou-se fielmente às irmãs, aos doentes e idosos do asilo mantido pela congregação durante os 46 anos em que foi uma verdadeira Filha da Caridade, assim como à família e a todos que dela de alguma forma necessitassem. Enfrentou com coragem os conflitos que assaltaram a França naquele período e as adversidades da vida, sempre na certeza de que Nossa Senhora protegia quem a ela se confiava. Como previra, foi sepultada sob a capela onde tivera a visão, na casa-mãe das Filhas da Caridade. Já durante o enterro os presentes diziam que ali estava sendo sepultada uma santa. Após sua morte, a verdade sobre as visões passou a ser divulgada e ela foi então canonizada pelo Papa Pio XII, em 1937. Seu exemplo permanece e inspira-nos a manter a determinação e a confiança nos desígnios de Deus e nas graças concedidas por intermédio de Nossa Senhora.